O jogo de abertura do Campeonato Brasileiro contra o Cruzeiro é um grande alerta do que foi o início da atual temporada do Botafogo. Ontem tivemos um resumo de TUDO que vimos até agora no ano de 2024: ataque fazendo muitos gols, meio de campo sendo dominado pelo adversário, defesa completamente perdida com falhas coletivas e individuais.
Do ponto de vista tático, o Botafogo perdeu muito desde a saída de Bruno Lage. A falta de repertório culminou na perda do título brasileiro, mais uma campanha ruim no campeonato carioca e um início terrível na Libertadores. Sob o comando de Artur Jorge, estamos no início de uma implementação tática. Um lance que evidencia o quanto nosso time deixou de ser um coletivo forte e uma “unidade” é o gol perdido por Jeffinho nos primeiros minutos do 2° tempo.
Apesar do pouquíssimo tempo, alguns princípios de dinâmicas ofensivas, já podem ser notados no time. Um lance que deixa clara a nova forma de se posicionar e manipular a defesa adversária é o gol de Tiquinho Soares. Vem comigo na análise:
Se no ataque o desempenho foi razoável, na defesa um velho fantasma voltou a assombrar o Botafogo. A própria equipe do Cruzeiro já tinha usado isso em 2023 naquele jogo da lesão do Tiquinho. Estou falando da dobra em cima dos nossos lados do campo, o que deu a equipe mineira muito volume tanto na partida de ontem quanto na partida do ano passado.
Sem a recomposição de Jeffinho e Luiz Henrique de forma regular, não foi difícil para o Cruzeiro explorar o espaço entre zagueiro e lateral do Botafogo. As dobras e ultrapassagens aconteciam com muita facilidade por conta disso aí:
Para finalizar, não posso deixar de falar dos defensores de forma individual. Os erros de ontem não são novos e escancaram a necessidade do Botafogo de ir ao mercado. Então vamos lá:
Marçal: Sobrecarregado pelo sistema defensivo e abaixo do nível físico necessário (por lá saiu o cruzamento que origina o gol de Lucas Silva)
Bastos: Atrasado em todos os lances e ainda deu o azar de estar fora de campo sendo atendido no gol da virada do Cruzeiro.
Halter: Incapaz de vencer um duelo defensivo contra atacantes que não eram centroavantes de ofício. Parece estar sempre num nível de experiência abaixo dos outros jogadores. Perdido na defesa.
Ponte: Talvez o menos pior. Ainda é muito jovem e tem potencial. No atual estilo de jogo pode ser bem útil do ponto de vista ofensivo.
Hugo: Bem no ataque, porém, imprudente na defesa. Insiste em deixar o adversário cruzar a bola em cima dele. Constantemente vira o rosto na hora de impedir cruzamentos e fez isso no 3° gol do Cruzeiro.
Barboza: Disparado o mais irresponsável no ataque. Precisa rever seriamente as atitudes dentro de campo. Entrou como solução e em 3 minutos explicou o porquê de não poder ser titular. Conseguiu ser expulso com o jogo parado em uma falta a favor do Botafogo.
A grande discussão que podemos levantar gira ao redor da atual defesa do Botafogo: quantos pontos vamos perder e quantas competições serão sacrificadas até que contratações e mudanças estruturais serão feitas? O alerta está ligado.