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O Botafogo segue em ritmo acelerado na busca por sua recuperação financeira. Após o sucesso na renegociação das dívidas trabalhistas e cíveis, o clube agora se concentra nas pendências tributárias com o governo. De acordo com o CEO alvinegro, Thairo Arruda, a expectativa é que esse acordo seja fechado até o final do ano, o que representaria um passo crucial na redução do passivo total.
Em entrevista ao podcast da “Botafogo TV”, Arruda traçou um panorama detalhado da trajetória do clube desde a transformação em SAF. Ao assumir o comando do futebol, a equipe se deparou com um passivo de R$ 1,1 bilhão, um valor exorbitante diante de suas receitas da época, que alcançavam modestos R$ 120 milhões. “Era uma relação quase de um para dez. Em qualquer setor, isso é falência de longe”, afirmou o CEO.
A estratégia para superar essa crise financeira se baseou em uma ofensiva direcionada para diminuir o passivo. A primeira etapa, a reestruturação das dívidas trabalhistas, se mostrou bastante eficaz. O valor inicial de R$ 250 milhões foi reduzido para R$ 150 milhões, com o clube honrando seus compromissos com os trabalhadores.
Em seguida, o Botafogo se dedicou à renegociação das dívidas cíveis, que somavam R$ 440 milhões. Após quase um ano de negociações com os credores, o clube conseguiu um acordo que culminou na recuperação extrajudicial, atualmente em vias de homologação.
“Conseguimos 65% de adesão, mais do que esperávamos. Dentro desses R$ 440 milhões, em R$ 150 milhões optou-se por receber em curto prazo, o que liquidamos no mês passado. Sobraram R$ 290 milhões, que já têm o desconto determinado de 40%”, explicou Arruda.
Com a fase final do processo de renegociação das dívidas tributárias, o Botafogo vislumbra um futuro mais próspero. A expectativa é que a conclusão desse acordo, prevista para o fim do ano, reduza o passivo total para R$ 600 milhões, um marco significativo na história do clube.
“Se fizermos o tributário da forma como esperamos, esperamos fechar o ano com um passivo total de R$ 600 milhões”, projetou Arruda, demonstrando confiança na equipe que trabalha para alcançar essa meta.
O CEO alvinegro acredita que, com essa conquista, o Botafogo finalmente poderá respirar aliviado e se firmar como um clube financeiramente sustentável, capaz de competir em alto nível.
“Então, subimos a receita de R$ 120 milhões para R$ 530 milhões ao mesmo tempo em que vamos reduzir o passivo de R$ 1,1 bilhão para R$ 600 milhões. A relação que era de dez para um vai ser um para um, ainda é alta, mas muito sustentável, ainda mais com um plano de pagamento de longo prazo. Aí sim podemos dizer que o Botafogo está recuperado e pronto para ser sustentavelmente competitivo”, concluiu Arruda, transmitindo otimismo para o futuro do clube.