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O empresário John Textor, acionista majoritário da SAF do Botafogo, se manifestou nesta quarta-feira (4) sobre as recentes discussões sobre fair play financeiro no futebol brasileiro. Em longa e detalhada entrevista durante a apresentação de Adryelson e Vitinho no Estádio Nilton Santos, Textor esclareceu a situação do clube e rebateu as críticas recebidas.
Críticas ao fair play na Europa
Inicialmente, Textor criticou o modelo de fair play financeiro adotado na Europa, alegando que ele favorece os clubes ricos e poderosos. “O fair play financeiro na Europa é uma fraude. Ele permite que times como Liverpool e Manchester United gastem mais com jogadores, enquanto clubes menores, como o Crystal Palace, ficam em desvantagem”, afirmou.
Obrigação de investir
Em relação ao Botafogo, Textor ressaltou que o contrato que assinou para adquirir a SAF o obrigava a realizar investimentos. “A Lei da SAF me exigiu que investisse no clube, e é o que estou fazendo. Não estou apenas operando, mas também investindo fortemente em estruturas, jogadores e categorias de base”, explicou.
Construção do elenco
O empresário americano explicou que o Botafogo precisou gastar muito para montar um elenco competitivo. “Tivemos que construir um time do zero. Não há como comparar com equipes como Flamengo e Palmeiras, que possuem times maduros e processos consolidados. Tivemos apenas quatro semanas para montar um time que nos salvasse do rebaixamento”, disse.
Ironia sobre reunião
Sobre a reunião da Comissão Nacional de Clubes, que discutiu regras de fair play no Brasil, Textor ironizou a presença do presidente do Vasco, Pedrinho. “Achei peculiar o Pedrinho estar nessa reunião falando sobre fair play financeiro, já que sua própria SAF não funcionou tão bem. Ele tentou fazer o mesmo que eu, mas não deu certo”, afirmou.
Conformidade com as leis
Textor garantiu que o Botafogo está em conformidade com as leis de fair play financeiro, gastando 45% de sua receita em salários. “Estamos investindo em ativos, estruturas e contratações de jogadores. Não estamos desrespeitando as regras”, ressaltou.
Tradição e ambição
Por fim, o empresário americano lembrou da tradição do Botafogo. “Não se surpreendam que o Botafogo esteja voltando a ser forte. Somos o clube mais tradicional do Brasil e não vamos mudar”, afirmou. “Estamos aqui e não vamos medir esforços para recuperar o nosso lugar entre os times de elite do país.”