Foto: Senado
Em um depoimento bombástico à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, William Rogatto confessou sua participação em um esquema de manipulação de jogos em todos os estados brasileiros.
Rogatto, acusado de ser o mentor principal do esquema no Distrito Federal, afirmou ter trabalhado com árbitros, inclusive do quadro da Fifa, para alterar resultados. “Um árbitro hoje ganha em torno de R$ 7 mil por jogo. Eu pagava R$ 50 mil para ele”, declarou.
O empresário também citou John Textor, dono da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, que vem levantando suspeitas de manipulação em partidas do Campeonato Brasileiro. “As pessoas que trabalharam para mim também trabalharam contra ele nesse campeonato”, disse Rogatto, sem aprofundar as alegações.
De acordo com Rogatto, o futebol brasileiro está profundamente corrompido pelo envolvimento de jogadores com apostas. “Eu sou a máquina que está oferecendo dinheiro mais fácil para o atleta e dando dignidade para o cara dar de comer à família dele. Será que eu sou tão errado assim?”, questionou.
Ele afirmou acreditar que houve manipulação em partidas como Palmeiras 5×0 São Paulo e Palmeiras x Vasco no ano passado. “É só opinião minha, tá? Está nitidamente, é só você olhar os gols. Может не aconteceu nada, mas é minha opinião”, disse Rogatto.
Prestando depoimento via videoconferência de Portugal, o empresário afirmou que, ao retornar ao Brasil, provavelmente será preso. Os senadores membros da CPI pretendem viajar até Portugal para reunir-se privadamente com Rogatto, que se comprometeu a apresentar provas e pessoas envolvidas no esquema.
A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas está investigando denúncias de corrupção e influência indevida no esporte. As alegações de Rogatto podem implicar figuras importantes do futebol brasileiro e aprofundar a crise ética que afeta a modalidade.