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Manoel Serapião Filho, ex-árbitro da CBF e pai do VAR no Brasil, criticou a utilização do VAR no Brasil atualmente, por interferir demais no jogo, não apenas em lances claros.
Um exemplo citado por ele foi a expulsão de Adryelson em Botafogo 3 x 4 Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro-2023. Serapião Filho acredita que a jogada era para cartão vermelho, mas caberia outra interpretação, o que impediria o VAR de atuar.
“A dúvida não é se houve ou se não houve falta, está entre cartão amarelo e vermelho. O fato de jogador tocar na bola antes ou depois… Se eu toco na bola antes, depois atinjo adversário no movimento natural não há infração. Mas se toco e depois empurro, aí caracteriza falta. Adryelson cometeu a falta depois de tocar na bola. A discussão foi sobre o efeito tático. Concordo que, mesmo na minha concepção de árbitro que a expulsão foi correta, tem um liame de interpretação profundo que não era para VAR interferir”, explicou.
O ex-inspetor da CBF também criticou a omissão de imagens ao árbitro de campo. Neste jogo, por exemplo, não foi mostrada a câmera que mostra o toque de Adryelson na bola, apesar dos pedidos do juiz.
“É um verdadeiro absurdo. O VAR é obrigado a disponibilizar todas as imagens para o árbitro. O que é muito diferente quando um VAR competente seleciona duas ou três imagens, nunca uma só. Não decida o lance com uma imagem, tenha duas que mostrem com clareza e nitidez. O VAR tem que saber qual o foco iluminar, ser treinado para isso. O próprio árbitro também. O árbitro de vídeo exibe as melhores imagens, as mais prováveis, e o árbitro toma decisão se se julgar satisfeito. Se não, diz me dê a câmera tal ou tem outra imagem aí. Como se operador fosse o dono da bola e ele é um mero executor. Isso é imperdoável. O árbitro tem que dizer que me dê a câmera tal. A câmera que melhor definia é a do gol oposto. O VAR e o árbitro têm que saber disso. Essa omissão, e a afirmativa de que VAR não é obrigado a mostrar todas as imagens, é imperdoável”, finalizou.